Bioconstrução

Taipa de Pilão

Taipa de Pilão

A Taipa de Pilão é uma técnica de construção muito antiga e bastante utilizada no período colonial do Brasil, mas que também está sendo muito empregada atualmente em construções ao redor do mundo por suas características de sustentabilidade.

Origens

É uma construção que consiste em levantar paredes de barro, comprimidas com golpes de pilão entre placas de madeira. 

É uma técnica de origem árabe, ainda muito utilizada para construções de clima seco. Este tipo de construção tem a qualidade de isolamento térmico.

Existem diversas construções da antiguidade feitas com este método, principalmente na China, onde boa parte de suas famosas Muralhas foi edificada desta maneira. 

No ocidente, esta técnica foi apresentada pelos mouros, e Algarves é um exemplo típico disso.  Atualmente, os Estados Unidos, Alemanha, Austrália, Nova Zelândia e Chile estão retomando a taipa de pilão em suas construções consideradas modernas.

No Brasil esta técnica se difundiu a partir da chegada dos portugueses, pela necessidade de se abrigarem dos perigos da selva e dos índios, e pela fartura de barro, matéria prima para este estilo de construção.

O que é
  • É uma técnica construtiva milenar
  • Utiliza a terra como matéria-prima
  • O nome deriva do fato de se utilizar um pilão para socar a terra de dentro de uma forma de madeira, que se chama taipal.
Como é feita – passo a passo

Existem algumas maneiras diferentes de construir com taipa, nesse caso vamos detalhar a técnica convencional:

  1. Defina a altura e a espessura da parede. Alguns autores dizem que a proporção ideal é, para cada 1,0 m de altura, deve-se ter 10 cm de espessura. Uma parede de 3m, por exemplo, deve ter no mínimo 30 cm de espessura.
  2. Realizar a fundação para afastar a parede da umidade, pode ser de pedra ou de concreto. A opção normalmente utilizada são as sapatas corridas, que permitem uma distribuição de cargas uniformes no solo e dificultam a capilaridade
  3. Seleciona-se a terra, que deve ser isenta de matéria orgânica e idealmente ter uma porcentagem média de 30% de argila e 70% de areia. Quando retirada do local, não se deve utilizar a primeira camada da terra que tem muito matéria orgânica, recomenda-se que se utilize a partir de 60cm de profundidade.
  4. Faz-se a Montagem das Fôrmas, utilizam-se chapas de compensado, preferivelmente do tipo naval resinado.
  5. Por fim se faz a Compactação. A cada 10 ou 15 cm de altura, o solo deve ser apiloado. Quando o solo estiver próximo ao nível máximo das fôrmas, estas são desmontadas e reposicionadas. As fôrmas podem ser reutilizadas diversas vezes.

Atualmente existem métodos mais modernos, que usam formas metálicas, compactadores pneumáticos e muitas vezes adiciona-se um pouco de cimento como estabilizador.

Vantagens
  • Material natural abundante e reutilizável;
  • Possibilidade de uso da terra do próprio terreno;
  • Tem um excelente isolamento termoacústico;
  • Proporciona um ambiente saudável, a terra é atóxica e permite que a parede “respire”;
  • Pode ser mais econômica;
  • Facilidade para autoconstrução (orientada);
  • Resistência ao fogo, a terra não é um material combustível;
  • Durabilidade;
  • Menor emissão de CO2, tanto por ser um material natural, quanto por se utilizar terra local, diminui-se a necessidade de transporte.
  • Não há necessidade de revestimento, pela beleza da textura da parede. Em locais de clima quente, pode-se caiar externamente, que refletirá o calor. 
 
Desvantagens
  • Fragilidade à umidade;
  • Limitação de altura;
  • Falta de padronização;
  • Recomenda-se que as instalações não fiquem dentro das paredes de taipa de pilão.

 

 

 

 

 


 


Certificação

 

Roberto M.F. Mourão / ALBATROZ Planejamento
Para uso e permissões favor contatar: roberto@albatroz.eco.br

 

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